Nostradamus


Michael de Notre Dame (pelo nome latino Nostradamus) nasceu em 14 de dezembro de 1503 na cidade de Saint-Rémy, Provence, França. De pais judeus, foi o primeiro de 5 filhos do casal Jaume e Reynière, posteriormente convertidos ao catolicismo.
Desde a infância, Nostradamus freqüentava a Igreja com assiduidade e demonstrava interesse por literatura clássica, filosofia e fundamentos de medicina. Seus avós (ascendentes de Ishacar, um povo constituído de sábios e profetas) lhe transmitiram ensinamentos astrológicos, matemáticos e ocultistas; além de latim, grego e hebraico. Aos 14 anos em Avignon, deparou-se e aderiu a teoria opositora do Heliocentrismo, baseada na premissa de que não a Terra, mas o Sol era o centro do universo.
Em 1522, Nostradamus foi estudar medicina na universidade de Montpellier. Um médico-astrólogo de origem judaica, era uma personalidade facilmente visada para os Inquisidores. Por isso, completou o bacharelado e vagou pela Europa, ganhando reputação ao curar com ervas os enfermos da peste bubônica que assolava o século XVI. Ainda que eficientes, seus métodos medicinais eram muito contestados na época.
Retornou à universidade em outubro de 1529, concluiu o doutorado e recebeu o chapéu quadrado dos médicos, o anel de ouro e as obras de Hipócrates. Lecionou nesta universidade por um ano e voltou a perambular em busca das vítimas da peste.
Em 1534, Nostradamus estava em Agen quando conheceu a jovem e rica Adriette du Loubejac. Casou-se e teve dois filhos. Porém, sua esposa e as crianças foram subitamente mortas pela peste. Após este fato, Nostradamus foi para Luxemburgo e isolou-se no mosteiro de Orval.
Na cidade de Marselha, o profeta dedicava-se totalmente a medicina quando foi convidado por seu irmão, Bertrand, para ir a Salon. Lá, foi apresentado à rica viúva Anne Ponsard Gemelle, com quem casou-se novamente e teve três filhos e três filhas. Nessa época, escrevia e comercializava um periódico anual sobre a previsão meteorológica que fazia grande sucesso entre os agricultores locais; além dos livros de receitas de cosméticos, perfumes e conservação de alimentos.
As profecias de Nostradamus eram feitas em profundo estado de transe. Também utilizava cálculos astrológicos para definir a data e horário mais adequado. Na Sexta-Feira Santa de 1554, deu início a sua mais famosa obra: As Centúrias.
As Centúrias são as profecias compiladas em 10 livros, sendo que cada um possui 100 quadras (rimas em quatro linhas, que totalizam 1000 previsões). Não seguem coerência cronológica, e foram escritas combinando francês arcaico, grego, latim e um dialeto do sul da França denominado Languedoc. Além disto, existem anagramas, referências mitológicas e astrológicas numa linguagem subjetiva que dificulta a compreensão. Alguns estudiosos afirmam que esse foi um recurso utilizado para se esquivar da Santa Inquisição.
A primeira parte das Centúrias foi publicada em maio de 1555 pela casa Mace Bonhomme, de Lyon. O prefácio assinado por Nostradamus dedicava o livro a César, seu filho recém-nascido. A segunda parte foi publicada apenas em 1557. O trabalho seria concluído em quatro anos.
A quadra 35 da Centúria I, cita com quatro anos de antecedência a morte do Rei Henrique II num duelo. Assim, a Rainha Catarina de Médicis o convocou para fazer o horóscopo dos nobres. Através da vidência, o profeta ainda resolveu um caso de roubo da Catedral de Orange. Dessa forma, Nostradamus conquistou notoriedade pela sua capacidade de prever o futuro e ficou conhecido como O Mago de Salon.
Em sua totalidade, as Centúrias trazem previsões generalizadas de acontecimentos significativos da humanidade à partir de 1557, tais como as guerras mundiais, a revolução francesa, o assassinato de Kennedy, e o surgimento de Napoleão e Hitler. O fim do mundo ocorreria no ano 7000, quando o Sol destruiria a Terra e retomaria sua condição suprema no universo. Porém, existe uma dúvida se a previsão foi baseada no calendário judeu ou cristão. O profeta também anteviu as calúnias que ele próprio sofreria ao longo dos séculos, e a comercialização de sua imagem e obra.
De volta a Salon, Nostradamus construiu um laboratório-observatório em sua casa. Sofrendo de artrite hidropisia, o profeta preparou seu testamento em junho de 1566, falecendo no início do mês seguinte. Os restos mortais foram sepultados no convento de Cordeliers, segundo sua vontade. A própria morte está prevista no presságio 141, a última quadra das centúrias:
"De retorno da Embaixada, tendo o presente do rei colocado no lugar,Nada mais fará, será levado a Deus:Os parentes mais próximos, amigos, irmãos de sangue,Encontrá-lo-ão morto perto do leito e do banco."
Havia um mito que Nostradamus teria sido enterrado com um documento capaz de elucidar todas suas previsões. Em 1700, vândalos romperam o esquife em busca destas instruções. Encontraram sobre o esqueleto, um medalhão com a inscrição 1700. O profeta havia antecipado o ano que seu corpo seria exumado.
Em 1791 durante a Revolução Francesa, soldados antimonarquistas violaram as tumbas do convento e os ossos de Nostradamus foram espalhados pelo local. Quando souberam que o profeta havia previsto a queda da monarquia francesa, os ossos foram devolvidos ao caixão e trasladados para a capela da Virgem, na igreja de Saint-Laurent, em Salon.
Ao longo dos séculos, o nome de Nostradamus se tornou um sinônimo de Profecias. As Centúrias é a segunda obra mais editada em todo o planeta, perdendo apenas para a Bíblia Cristã. A linguagem codificada acrescenta uma atmosfera ainda mais misteriosa em torno do tema. Se analisarmos, as profecias nada mais são que informações, um produto de grande valor na história da humanidade, e principalmente nos dias atuais.

O Fauno


Fauno era uma divindade romana dos campos, bosques, pastores e da profecia. Sua aparência lembrava bastante Pã (Grécia), com chifres curtos, orelhas pontudas e pés com cascos grossos.
Há ainda antigas descrições que mostram Fauno com as pernas e a cauda de um gamo e uma pele suave no corpo, com braços e face de um bonito jovem. A ele atribui-se a criação da charamela, um tipo de flauta.
Seus seguidores eram também chamados de faunos e eram belos jovens e, ao contrário de Pã e seus seguidores, Fauno e seus faunos eram criaturas gentis que apreciavam dançar com as ninfas dos bosques. Não constituíam qualquer tipo de ameaça às mulheres humanas. Fauno toca gaita e enche os bosques e campinas com sua música envolvente. Era neto de Saturno.
Outro nome seu era Lupercus, com o qual era honrado no festival chamado Lupercália. Neste ritual, seus sacerdotes realizavam seus ritos nus. Esta celebração com um aspecto da deusa Juno mostra sua forte conexão com a terra, os animais e seres humanos, pois representa a mais antiga força necessária para fertilizar e equilibrar a Grande Deusa.
Não devemos ter vergonha ou pudor com relação a esse tipo de coisa, ao poder de Fauno ou Pã. Muito pelo contrário: devemos honrar tais poderes dentro de nós mesmos.

A Deusa e a Lua


A Deusa está intimamente relacionada à Lua por uma série de motivos. A relação mais clara é a de que a Lua cresce e declina, refletindo as alterações no corpo das mulheres quando estão grávidas. A Deusa rege o crescimento e o próprio tempo.
A Lua é o símbolo do princípio feminino, representando potencialidades, estados de espírito, valores do inconsciente, humores e emoções, receptividade e fertilidade, mutação e transmutação. As fases da Lua caracterizam aspectos da natureza feminina e representam os estágios e as transformações na vida da mulher.
As deusas lunares são conhecidas por traços ligados às quatro fases da Lua: nova, crescente, cheia e minguante, sendo que as deusas têm as seguintes faces: Donzela, Mãe e Anciã, além da face "negra" que se manifesta em todas elas, sendo a sua sombra.
Indo mais além, podemos traçar um paralelo associando a tríade da Lua com um pentagrama onde temos nascimento, iniciação, amor, paz e morte. Isso porque a Deusa manifesta-se em todo o ciclo da vida. Esses cinco estágios estão inseridos em nossas vidas, mas também podem ser percebidos em cada novo empreendimento nosso. Parte do treinamento de cada bruxa implica períodos de meditação sobre a Deusa em cada um de seus aspectos.
A Donzela se relaciona à lua nova e crescente, aos novos inícios. A Mãe é representada pela lua cheia, abundante. A Anciã é representada pela lua minguante e negra, senhora das sombras.
A Grande Deusa Lunar está associada aos nascimentos virginais, ligada à vida e à morte e é a geradora de visões. A virgindade, antigamente, significava "não-casada", e não como é conhecido hoje. Dizer que uma virgem deu à luz um filho não significava que ela nunca teve relações sexuais, mas que não era casada.
Em diversos mitos, a Deusa Lunar geralmente controla um filho que cresce e se torna seu amante. Ele então morre, para renascer de novo como seu filho. Isso reflete os mistérios lunares nos quais os eventos cronológicos não têm importância, pois a Deusa Lunar controla o seu próprio tempo.
A Deusa da Lua é associada aos fluidos de todos os tipos, invariavelmente, pela própria influência da Lua sobre a Terra.

O tabuleiro Ouija


O Tabuleiro Ouija é usado em adivinhações e na arte da necromancia. Possui inscritas as palavras "sim" e "não", além das letras do alfabeto e, algumas vezes, outras palavras diversas como "adeus". Uma planchette (dispositivo deslizante de três pernas) é segurada por todos que usam a tábua. Os usuários fazem uma pergunta ao tabuleiro e a planchette começa a se mover, indicando letras que soletram uma resposta.
O nome ouija é uma junção de "oui" e "ja", a palavra "sim" em francês e alemão, respectivamente, pois esta é a primeira resposta ouvida em seu manuseio ("Existe algum espírito presente aqui?").
Espíritos X movimentos inconscientes
Há os que afirmam que a tábua é manipulada realmente por energias diversas ou até mesmo por espíritos. Cientistas dizem que a planchette move-se devido a movimentos imperceptíveis daqueles que controlam o ponteiro - um fenômeno chamado de efeito ideomotor.
História do tabuleiro ouija
O tabuleiro Ouija foi apresentado pela primeira vez ao público norte-americano em 1890, como jogo de salão vendido em lojas de novidades.
E.C. Reiche, Elijah Bond, e Charles Kennard criaram um desenho alfanumérico totalmente novo. Espalham as letras do alfabeto em dois arcos atravessando o meio do tabuleiro. Abaixo das letras ficavam os números de 1 a 10. Nos cantos, haviam "SIM" e "NÃO."
Kennard perdeu a empresa para seu ex-chefe de produção William Fuld, em 1892. Uma das primeiras peças de propaganda de William Fuld, como chefe de sua nova empresa, foi reinventar a história do tabuleiro Ouija. Afirmou ter sido ele próprio quem inventou o tabuleiro, e que o nome Ouija era uma fusão da palavra francesa "oui" para sim, e a alemã "ja" para sim.
Embora os tabuleiros Ouija sejam vendidos geralmente na seção de novidades ou jogos das lojas, muitas pessoas juram que existe algo de sobrenatural neles. Por exemplo, Susy Smith, em 'Confessions of a Psychic' (Confissões de um Médium) afirma que o uso de um tabuleiro Ouija a tornou mentalmente perturbada.
Em 'Thirty Years Among the Dead' (Trinta Anos Entre os Mortos - 1924), o psiquiatra norte-americano Dr. Carl Wickland afirma que o uso do tabuleiro Ouija "provocava uma demência tão violenta que internação em manicômios se fazia necessária".
Será que é isso o que acontece quando amadores tentam mexer com o oculto? Talvez, se eles forem sugestionáveis, não muito céticos e um pouco perturbados para começar. Porém, até pessoas muito inteligentes, que não enlouqueceram, ficam impressionadas com sessões do tabuleiro Ouija. Elas acham difícil explicar a "comunicação" como o efeito ideomotor refletindo pensamentos inconscientes.
Uma das razões para que eles achem essa explicação difícil de aceitar é a de que as "comunicações" às vezes são mesquinhas e desagradáveis. É psicologicamente mais agradável atribuir os pronunciamentos mesquinhos a espíritos malignos do que admitir que alguém entre eles esteja abrigando alguns desses pensamentos. Além disso, algumas das "comunicações" expressam medos ao invés de desejos, como o medo da morte, e idéias como essas podem ter um efeito bem visível e significativo sobre algumas pessoas, especialmente os jovens.

A perseguição ás Bruxas


Em 1735, foi revogada na Inglaterra a lei que tornava a Bruxaria um pecado capital. Felizmente, mesmo antes disso alguns juízes com bom senso tinham passado a anular tentativas de enforcamento de pessoas acusadas de serem bruxas, apesar da pressão popular contra elas.
Aos poucos, muitas pessoas comuns começaram a repelir esse tipo de condenação, baseada apenas em superstições populares e dados absolutamente pessoais contra aqueles que eram acusados. Foi aí que os dirigentes começaram a dizer que a Bruxaria nunca existiu e era, portanto, uma invenção popular.
Porém, tal atitude não foi aceita pela maioria da população. A maioria ainda acreditava na bruxaria, muitos continuando a achar que bruxas más deveriam morrer, ou pelo menos sofrer de maneira considerável. Dessa forma, quando a lei da terra foi amenizada, a lei do linchamento às vezes passava a vigorar.
É claro que muita gente esperta se deu bem com esse negócio. Como a maioria da população era analfabeta, muitos se aproveitaram para ganhar dinheiro com a persuasão da mente das pessoas. Assim, descobrir "bruxas perigosas", que quase sempre eram mulheres bonitas que não lhe deram bola, ou então donas de casa feias (porém ricas), virou a especialidade dessas pessoas. Assim, acusando a bruxa, eles teriam alguma chance de "se vingar" ou de confiscar os seus bens. Simples assim.
Vejam como exemplo o seguinte caso, ocorrido em 1751 na Inglaterra: um casal idoso foi atacado por uma multidão, e a mulher morreu nesse atentado. Eles podiam não ter sido bruxos, mas um homem chamado Butterfield cismou que eles eram, porque uma vez ele discutiu com esse senhor. Ninguém levantou um dedo para ajudá-los, mas foi algo tão terrível na época, que não pôde ser escondido, levantando inclusive inquéritos policiais a respeito do caso. Esse caso foi o mais famoso de violência de uma multidão contra supostas bruxas na Inglaterra, mas de maneira nenhuma o único.

O pêndulo


Os pêndulos apareceram inicialmente na Roma Antiga como um instrumento para determinar o resultado das guerras. É um instrumento radiestésico que tem como finalidade fazer com que certas vibrações universais sejam recebidas pelo inconsciente de quem o está manipulando.
Fisicamente, o pêndulo é um peso na ponta de um fio ou cabo flexível e resistente, podendo ser encontrado em diversos materias (madeira, cristal, pedra, metal etc.). Também pode ter várias formas.
O uso do pêndulo é bastante simples, pois ele responde basicamente "sim" e "não". A complexidade de suas respostas depende apenas da pergunta feita pelo operador.
Você pode comprar ou fazer o seu pêndulo. Pêndulos de diversas formas e materiais são encontrados aos montes em qualquer loja esotérica. Escolha o que mais lhe agradar; acredite na teoria de que os instrumentos é que escolhem a gente, e não o contrário.
No entanto, você pode fazer o seu próprio pêndulo, o que vai agregar mais energia sua a ele do que a um comprado, mas isso é muito relativo. Muitas vezes achamos um que seja exatamente como queríamos em uma loja, e será especial de qualquer forma.
Métodos de limpeza do pêndulo
Ao adquirir qualquer instrumento mágico, a primeira coisa a se fazer é limpá-lo não só fisicamente, como também energeticamente. Com o pêndulo não é diferente. Isso porque o pêndulo passou por diversas mãos até chegar em você, e entrou em contato com muitas energias diferentes. Limpando-o, você apagará essa confusão de energias e ele estará pronto para ser consagrado como seu.
Uma seqüência de limpeza para o seu pêndulo:
Água: Em primeiro lugar, limpe o seu pêndulo fisicamente, usando sabão líquido e água. Enxagüe-o em água corrente (pode ser a de qualquer torneira - nesses tempos tão civilizados, infelizmente para alguns é a única maneira), visualizando toda a sujeira (física e energética) indo, literalmente, por água abaixo.
Descanso: Coloque o seu pêndulo em um recipiente com água e sal, descansando durante um dia inteiro e uma noite inteira, tomando banho de sol e de lua. Você pode deixá-lo no seu quintal ou na janela do seu quarto. É importante ver de que material é o seu pêndulo antes de realizar esta etapa. Se ele for de metal, provavelmente enferrujará ao colocá-lo na água por tanto tempo; prefira deixar o recipiente vazio. Se for de madeira, é aconselhável enterrá-lo na terra, de preferência uma terra fértil, com plantas.
Finalização: Após realizar essas etapas anteriores, lave novamente o pêndulo como na primeira vez, sabendo desta vez que ele já está limpo e pronto para ser consagrado e utilizado por você somente.
Ao limpar seu pêndulo, é importante que você esteja concentrada no que está fazendo, senão não surtirá nenhum efeito.

Malleus Maleficarum


Malleus Maleficarum (em latim martelo das feitiçarias), foi um manual em forma de enciclopédia feita por dois irmãos ingleses. Este manual pregava rituais para possivelmente (nas inquisições) agir contra qualquer manifesto de Bruxas e Bruxarias.


Fonte: Wikipédia

O circulo mágico


Os rituais pagãos sempre foram realizados na Natureza, a morada sagrada dos deuses e a sua representação. Geralmente, aconteciam em círculos de pedras, lugares de grande magnetismo e poder.
O fato é que os antigos povos celtas acreditavam demais na natureza cíclica das coisas e o círculo acabou se tornando um símbolo sagrado não só para eles, mas em quase todos os povos. Realizar rituais dentro de um círculo de poder nos remete a essa teoria e é uma forma de sacralizarmos o espaço onde realizaremos o nosso ritual.
O círculo marca o início de um ritual. Geralmente ele é lançado quando percorremos a área ritual por três vezes consecutivas, com nosso athame ou bastão. Em seguida evocamos os espíritos dos elementos, assim como fazemos invocações aos deuses.
Além disso, o círculo é tido como a melhor maneira de preservar e conter a energia criada durante o decorrer de um ritual e elevá-la no cone de poder.
Como criar um círculo?
A forma como você vai lançar o seu círculo mágico é bastante pessoal e deve ter significado para você. Por mais que algumas diretrizes ajudem (e devam ser seguidas), você deve não só entendê-las, mas sentí-las dentro de si, senão de nada adiantará a sua ação.
Apresentamos aqui um modelo para a criação do círculo, o que não deve de maneira alguma ser encarado como a única e verdadeira maneira de traçar o círculo, pois isso não existe. É claro que quando você faz parte de uma determinada tradição, já existe a maneira pela qual eles lançam o círculo. No entanto, se você é um praticante solitário e não tem acesso a tradições, você pode dar uma olhada nesse modelo e aproveitar algo dele.
Para fazer o círculo magico são necessárias pedras para traçar um circulo no chão ou seria apenas um círculo imaginário?
Depende. Na prática solitária, cada um tem o seu jeito de lançar o círculo. Se você gosta de pedras e gostaria de usá-las para delimitar o espaço, então use-as. Se você acredita não precisar de delimitações e gostaria apenas de imaginar o círculo ao seu redor, também pode. Tem que ver o que você considera mais relevante em sua prática pessoal.

Atlântida


Os gregos tinham muitas lendas do passado distante: de Foroneus, o primeiro homem, de Deucalião e Pirra, que sobreviveram a uma inundação enviada por Zeus para livrar o mundo dos homens maus.
Mas quando Sólon, o estadista grego, relatou essas lendas aos sacerdotes do antigo Egito, eles riram. "Vocês, gregos, nada sabem de sua própria história. Vocês falam de uma inundação, mas houve várias. Foi numa dessas inundações que seus ancestrais morreram." E os sacerdotes contaram a Sólon a história da Ilha de Atlântida de onde, nove mil anos antes, a mais nobre raça de homens que já viveu governava a maior parte do mundo conhecido.
Um pobre casal, chamados Evenor e Leudice, viviam em uma ilha pedregosa, com a filha, Clito. Posêidon, deus do mar, ficou enfeitiçado pela beleza de Clito e a esposou.
Ele, então, reformou a ilha para fazer dela uma morada digna de sua noiva. Ele a modelou em uma série de cinturões circulares de mar e terra, com uma bela ilha no centro que se aquecia ao sol.
Os ricos campos produziam trigo, frutas e vegetais em abundância, os montes e florestas tinham toda a espécie de animais - até manadas de elefantes - e no subsolo havia vários minérios preciosos.
Clito deu a Posêidon cinco pares de gêmeos. Todos eles eram reis e o mais velho, Atlas, era o maior dos reis, e depois deles, seus filhos. O belo reino era chamado de Atlântida.
O povo de Atlântida era sábio na arte da paz e da guerra e logo liderava os povos do Mediterrâneo. Todos os reis da ilha contribuíam para o estoque de riquezas do país. O lado de fora do muro da cidade de Atlântida era revestido de bronze, e o lado de dentro, de estanho.
O palácio no centro e o templo de Posêidon eram cobertos de ouro. Os edifícios eram construídos de pedras brancas, pretas e vermelhas; às vezes uma única cor, às vezes, com combinações intricadas. Um grande porto se abria para o mar, e pontes foram construídas entre os cinturões de terra. Assim era Atlântida nos seus dias de glória.
Por muitos anos, os reis governavam sabiamente e bem, cada um passando sua sabedoria para seu herdeiro. Mas à medida que as gerações se sucediam, o sangue divino dos reis se tornou mais fraco e eles caíam, cada vez mais, sob a influência das paixões mortais e desejos mundanos.
Quando antes valorizavam os tesouros apenas por sua beleza, agora eram presas da cobiça. Onde antes o povo tinha vivido em amizade e harmonia, agora disputavam pelo poder e glória.
O Grande Zeus, vendo sua raça favorita se afundar, dia a dia, no poço das ambições e vícios humanos, repreendeu Posêidon por deixar tal coisa acontecer.
E Posêidon, magoado e furioso, agitou o mar. Uma onda colossal cobriu Atlântida e a ilha submergiu para sempre sob as águas.
Onde ela está, ninguém sabe ao certo - nem se, sob o oceano, os filhos de Posêidon andam outra vez pelas ruas de Atlântida em paz e sabedoria, ou se apenas os peixes passam pelas ruínas carcomidas da cidade mitológica.

Anel das Fadas


Círculo de grama verde escuro ou de cogumelos, no chão, que marcavam o ponto de encontro das fadas. Também pode ser uma marca circular perfeita na grama.
Um anel das fadas jamais deve ser perturbado, pois isto significa um enorme ato de ofensa a elas, resultando em má sorte e sérios infortúnios à pessoa.

Ogham


Ogham é a mais antiga forma de escrita da Irlanda e Escócia. Atualmente, pode ser encontrada inscrita em centenas de pedras altas e estreitas, nas paredes de algumas cavernas, e também em objetos de ossos, marfim, bronze e prata. Originalmente, a escrita ogâmica foi especialmente desenvolvida para ser usada em bastões. A palavra "bastões" tem raiz etmológica na palavra "basco" para designar "alfabeto". Na linguagem dos celtas, a palavra agaka é uma aglutinação de aga-aka-aga, que significa bastão ou vara, e akats, que significa entalhe. Todavia, em seu significado prático, a palavra agaka está mais para "escrita" do que para "alfabeto". Mais especificamente, tratava-se de um bastão onde os entalhes ogâmicos transmitiam uma mensagem.
O nome Ogham deriva de oga-ama - ogasun, que siginifica propriedade e opulência, e ama, que significa sacerdotisa e mãe. Por extensão: "Propriedade da Suprema Sacerdotisa".
A origem do Alfabeto Ogham é atribuída ao deus mitológico Ogma - oriundo dos Tuatha De Damann, uma raça de deuses gerados pela deusa Danu, uma das faces da Mãe Suprema (o Princípio Feminino de Deus). Essa raça era conhecida pela sua eloquência e interesse pelas artes em geral, em especial, a poesia. Ogma, entre eles, destacava-se tanto por suas habilidades artísticas quanto guerreiras; tornou-se campeão de todos os processos iniciatórios, venceu torneios e promoveu as mais incríveis façanhas, revelando-se, enfim, "aquele que possui o conhecimento do carvalho".
A maneira pela qual o deus Ogma criou o alfabeto continua desconhecida – é de presumir-se que, por ter se revelado o mais proeminente de sua raça, ele tenha sido o Eleito para receber o Conhecimento. (Pode-se subentender, portanto, que Ogma era "Propriedade da Suprema Sacerdotisa" – algo como "o filho favorito".) Mas, o que está claro, é que o objetivo de Ogma, ao criar o alfabeto, foi permitir que determinados conhecimentos fossem registrados de forma cifrada, para que não caíssem em domínio público. A palavra galesa oghum, por exemplo, deriva de ogham e significa "conhecimento oculto".
A exemplo das Runas para os nórdicos, Ogham é um alfabeto essencialmente relacionado aos celtas a à cultura desse grupo étnico, sendo utilizado principalmente por bardos e druidas.
Os celtas eram exímios guerreiros, metalúrgicos, agricultores, criadores de animais, construtores de estradas e de carroças. Mas eram, sobretudo, especialmente ligado às artes, à música, poesia, divinação e à celebração da vida em grandes festas e rituais.
Sobre o alfabeto ogâmico, em específico, muito têm-se especulado, polemizado, deliberado, contestado: quer pela sua "estranha" forma de escrita, quer pela sua origem remota, quer por suas poucas evidências histórias. No entretanto, o fato incontestável é que, seja lá como for, ele se apresenta com evidente veracidade nos dias atuais. Para quem estiver receptivo às vibrações dos "Sussurros Célticos", perceberá que toda especulação e polêmica em torno do assunto é inútil – mera teoria elucubrativa. Quem quer que assimile a essência do "espírito ogâmico" se verá enriquecido pela experiência de buscar o autoconhecimento divinatório através da "Voz das Árvores".

Amuletos


Amuletos são objetos carregados magicamente com o objetivo de proteger ou afastar perigos de seu dono. Diferente dos talismãs, os amuletos servem como um escudo protetor, enquanto que os talismãs servem para atrair algo para seus donos, como sorte, amor etc. O termo "amuleto" muito provavelmente veio da palavra latina amolior, que significa "eu afasto, eu espanto".
Todos os tipos de coisas são usadas no mundo como amuletos. Muitos símbolos antigos são hoje considerados tanto amuletos quanto talismãs, como por exemplo o pentagrama. Podem ser feitos de pedra esculpida, metal, partes de animais ou feixes de plantas. O uso de cada material dependia essencialmente do que se buscava com o amuleto. Por isso examinamos tanto as correspondências e similaridades entre todas as coisas.
Quando uma bruxa dá um amuleto a alguém, o importante é escolher um objeto pequeno e incomum, capaz de causar uma impressão marcante à pessoa que será presenteada. O objeto deve ser abençoado em alguma cerimônia ou com alguma sinvocações, e então ser entregue à pessoa, sempre pedindo-lhe que guarde segredo com relação a este.
A idéia de que um amuleto deva ser consagrado para que ele se torne de fato eficaz está baseada na crença de que um amuleto da sorte é mais eficaz do que aquele comprado por você, por exemplo. Você está inserindo todo seu pensamento objetivo naquele artefato, que obviamente ficará impregnado com a sua energia.
Na verdade, tudo não passa de psicologia prática e está na mente da pessoa, que sente ter sorte ou não. Adquirir um amuleto pode alterar a direção de nossos pensamentos, recuperar a nossa auto-confiança e, assim, mudar realmente a nossa sorte. este é o objetivo da magia simpática: estabelecer correspondências.
Alguns amuletos conhecidos: ferraduras de cavalos, braceletes encantados, estatuetas de deuses, agulhas, anéis, colares, miniaturas diversas, caroços de frutas, chocalhos, dentes e chifres de animais, entre muitos outros.

Se eu ganhar um amuleto de alguém, posso dar de presente a outra pessoa ou ele tem que ficar para sempre comigo?
Se você acha que alguma pessoa está rpecisando mais do que você, não há problema algum em passar o amuleto para ela. Mães e pais fazem isso com seus filhos, é uma coisa normal e um gesto muito bonito. Se sentir necessidade, consagre o amuleto para a outra pessoa. Se ela for uma bruxa, ela mesma poderá fazer isso também.

Mito do Rei Sagrado


Em tempos remotos, a lei "só os mais fortes sobrevivem" era uma realidade verdadeira e comum. Hoje, graças à medicina moderna e à tecnologia, nossa sociedade mantém vivos aqueles que a Natureza permitiria morrer. (Isso não é um julgamento, mas uma simples observação.)
No sistema das tribos primitivas, os caçadores e os guerreiros pos- suíam papel importante na estrutura social. Os mais valentes e argutos dentre eles eram honrados pela tribo e seguidos como líderes. Em muitos casos, o bem-estar desse indivíduo afetava o bem-estar de toda a tribo. Esse é um tema amplamente explorado no mito norte-europeu do Rei Arthur. Merlin diz a Arthur que, caso tenha sucesso, a terra florescerá; caso contrário, a terra fenecerá. Arthur então pergunta: "Por quê?" Ao que Merlin responde: "Porque você é o Rei!"
Mesmo atualmente, as doenças de nossos líderes nacionais são minimizadas, e eles estão sempre "se recuperando gradualmente". Para compreendermos essa relação íntima, devemos analisar certos aspectos e conexões. Enquanto Merlin diz a Arthur: "Você é a Terra, e a Terra é você", prosseguiremos em nossa jornada ao passado para descobrir essas antigas raízes.
Antes que os humanos aprendessem a cultivar plantações e a criar animais, a caça era essencial para a vida. Sem caçadores capacitados, os clãs desapareceriam. A caça era uma atividade perigosa, pois os humanos ainda não haviam se retirado da cadeia alimentar. As armas primitivas exigiam que os caçadores se aproximassem muito da presa, e os ferimentos pessoais eram corriqueiros. Muitos caçadores perderam a vida ou ficaram incapacitados como resultado da caçada.
Com o tempo, o caçador passou a guerreiro, arriscando sua vida pela tribo. As necessidades da tribo, fossem por alimento ou por defesa, exigiam o envio de melhor caçador ou guerreiro existente na tribo.
Com o passar do tempo, esse conceito evoluiu com a consciência religiosa e espiritual da humanidade. O conceito de Deidade, bem como seu papel na vida e na morte, tomaram forma em meio a rituais. e dogmas. Conseqüentemente, surgiu a idéia de enviar o melhor elemento da tribo diretamente aos deuses para assegurar favores. Essa foi a origem do sacrifício humano (acreditava-se que os que se apresentavam volunta- riamente acabavam por se tornar eles mesmos deuses).
As oferendas não eram novidade para nossos ancestrais; muitas vezes alimento e flores ou caça eram depositados perante os deuses. Um semelhante era considerado a maior oferenda que uma tribo poderia fazer. Entre as oferendas humanas, o sacrifício de um voluntário era a possibilidade máxima. Certamente, acreditava-se, os deuses garantiriam à tribo qualquer coisa se alguém desejasse abrir mão de sua vida.
Em seu livro Western Inner Workings (Weiser, 1983), William Gray aborda diversos aspectos desse tema do Culto. Um deles está relacionado ver com linhagens sangüíneas. Ele escreve:
Algo os impelia a Deidades; não o medo, tampouco a busca por favores, mas eles sentiam um grau de afinidade entre eles próprios e os invisíveis Imortais. De modo extremo, eles percebiam que eram aparentados à distância desses Deuses, e queriam fortalecer tal relacionamento. Essa faceta em membros especificos da raça humana apresenta uma certa prova de llinhas genéticas que remontam ao '"Antigo Sangue" que se originara de fora da própria Terra.
Gray também demonstra como os reis e governantes acabaram porser sacrificados (por serem os "melhores" do clã) e como as linhagenssangüíneas eram importantes. Os regentes da antiga Roma e do Egitoeram considerados por seus povos os descendentes dos deuses, ou eram eles mesmos deuses.

Num capítulo entitulado "O Culto ao Reinado", Gray oferece um relato de como o sangue e a carne eram distribuídos para o clã, e para a terra. Partes do corpo eram enterradas em campos cultivados para assegurar a colheita. Pequenas porções do corpo e do sangue eram adicionadas ao banquete sobre o qual Gray escreve:
Eles concediam ao finado líder o mais honroso sepultamento possível em seus estômagos.
Esse tipo de mitologia também pode ser encontrado na mitologia cristã, onde o corpo de Jesus é o centro do rito da comunhão. Após o fim de tais práticas, Gray nota que o costume perdurou na forma de cremação em uma pira íunerária.
No mito do Rei Divino/Deus Sacrificado, o sacrifício é apenas umaf parte da história. Sacrificar é enviar o que temos de melhor, mas e quanto a recuperá-los? Nos versos da Arte, temos uma passagem onde se lê:
"... e devemos encontrá-los, reconhecê-los, relembrá-los e amá-los novamente. "
Para tanto, foram criados rituais que ocasionassem o renascimento desses Deuses Sacrificados onde as linhagens eram cuidadosamente estudadas.
Donzelas especiais eram preparadas para carregar o rebento, geralmente virgens artificialmente inseminadas para que nenhum pai humano fosse conhecido.
Com a evolução e o amadurecimento da consciência humana, os sacrifícios humanos foram substituídos por sacrifícios animais (o ritualdo bode expiatório) e posteriormente para sacrifício vegetal. O mesmo mito se aplica ao sacrifício vegetal, e encontramos a "Deidade comida" no pão e vinho (carne e sangue) dos rituais da Arte.
Apesar do significado e da preparação terem se perdido em muitos dos sistemas reconstruídos, eles ainda são preservados por muitas das Antigas Tradições. Na antiga tradição, era através dessa conexão com o corpo e o, sangue do Deus Sacrificado que as pessoas se integravam com a Deidade. Esse é basicamente o conceito do rito cristão da comunhão ou da Celebração da Eucaristia.
Na "Última Ceia", Jesus declara a seus seguidores que o corpo e o vinho são seu corpo. A seguir, ele afirma que abrirá mão de sua vida por seu povo, e pede-lhes que comam de sua carne e bebam de seu sangue (o pão e o vinho).
Acreditava-se que o sangue continha a essência da força vital. A morte do rei libertava o sagrado espírito interior, e através da distribuiçãode sua carne e de seu sangue (às pessoas e à terra), uniam-se a terra e o paraíso, e essa energia vital renovava o Reino. Resquícios dessa prática ainda podem ser claramente observados na Antiga Religião, apesar de estarem velados e altamente simbólicos.
O Rei Divino/Deus Sacrificado surge em vários aspectos no desen- rolar das eras. Sua imagem se manifesta corno o Jack-in-the-Green, o Hooded Man, O Green Man e o Hanged Man (Enforcado) do tarô. Ele é o Senhor das Plantas, ele é a Colheita e, em seu aspecto silvestre (ou livre), ele é a Floresta. Ele não assume o lugar da Mãe Terra, tampouco usurpa seu poder - ele é seu complemento e seu consorte.
A imagem do Green Man provavelmente simboliza da melhor forma possível o Rei Divino/Deus Sacrificado. Ele é o espírito da Terra, manifesto em todas as formas vegetais. Ele é o poder procriativo e a semente da vida. Sua face é oculta pela folhagem, mas ele está sempre atento.
O Green Man representa a relação do homem com a Natureza. O escritor William Anderson, em seu livro The Green Man, diz:
Ele resume em si mesmo a união que deve ser mantida entre a humanidade e a Natureza. Ele é o próprio símbolo da esperança: afirma que a sabedoria do homem pode se aliar às forças instintivas e emocionais da Natureza.
Ele é, com efeito, nossa ponte entre os Mundos. Ele está integrado ao Paraíso e à Terra, e integrar-se a ele é integrar-se à Fonte de Todas as Coisas.
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As Bruxas de Salem

Autora: Laurie Cabot (uma bruxa de Salem)Trecho retirado do livro 'O Poder da Bruxa'
Na minha cidade ninguém foi queimado em fogueira. As bruxas eram enforcadas ou esmagadas sob pesadas pedras. As vinte pessoas executadas em Salem sempre pareceram um pequeno número quando comparado aos milhões que sofreram na Europa mas, proporcionalmente, os mortos, os que ainda estavam presos e os acusados mas ainda não detidos formavam uma considerável percentagem da população numa área escassamente povoada.
Foi uma verdadeira histeria. Gente de todos os setores da vida tinha sido acusada: um pastor graduado por Harvard e dono de uma grande propriedade rural na Inglaterra; o mais rico armador e proprietário de navios mercantes em Salem; o capitão John Alden, filho de John e Priscilla, os lendários amantes da colônia de Plymouth; até a esposa do governador da colônia de Bay. Ninguém estava seguro.
Tudo começou na cozinha do Reverendo Paris, onde Tituba, uma escrava de Barbados, entretinha a filha do Reverendo e suas amiguinhas durante os frios meses do inverno de 1691.
As meninas perguntaram a Tituba, que conhecia métodos de adivinhação, como seriam seus futuros maridos, uma preocupação normal da maioria das meninas que rondavam a puberdade.
Com o passar do tempo, as meninas começaram a ter desmaios, acessos de melancolia, adotavam posturas e gestos insólitos, e tinham visões. (Uma geração depois, em Northampton, Massachusetts, o mesmo tipo de comportamento entre jovens levaria o Reverendo Jonathan Edwards a declarar que estava ocorrendo uma' 'aceleração' , espiritual, e assim começaria o primeiro' 'Grande Despertar" na história do revivescimento religioso americano.) Na aldeia de Salem, esse mesmo comportamento foi interpretado por líderes eclesiásticos como obra do diabo.
Foram tomados depoimentos em audiências públicas durante os meses seguintes, nas quais as meninas e outras que tinham começado a ser também afligidas pelo mesmo comportamento (que se convertera numa" coqueluche" entre as adolescentes) acusaram membros adultos na comunidade de as perseguirem e atormentarem. Elas tinham fantasias bizarras de pessoas em tudo o mais respeitáveis que estariam envolvidas em atividades sinistras com o diabo.
Quando o inverno cedeu o lugar à primavera, infortúnios naturais foram associcados ao diabo através de certos habitantes da aldeia. De acordo com as teorias da época, o diabo só podia operar através de alguém com a cooperação dessa pessoa. Alguém que tivesse feito um pacto com o diabo. Alguém que fosse uma "Bruxa".
Foram feitas acusações, pessoas detidas, inquéritos abertos, e no começo da primavera as prisões estavam superlotadas. Depois a coisa propagou-se. Foram descobertas' 'bruxas" em Beverly, Topsfield, Andover, Ipswich, Lynn e virtualmente em todas as cidades e aldeias do Condado de Essex.
Na realidade, houve em Andover mais prisões do que em Salem. As autoridades de Boston enviaram representantes para conduzir os julgamentos.
Os primeiros julgamentos começaram em junho, e Bridget Bishop foi enforcada depois de ter ficado encarcerada desde abril. Os acontecimentos sucederam-se com rapidez. Em julho, Rebecca Nurse, Sarah Good, Elizabeth How, Sarah Wild e Susanna Martin foram enforcadas.
Os julgamentos de agosto consideraram culpados John Willard, John e Elizabeth Proctor, George Jacobs, Martha Carrier e o Reve- rendo Géorge Burroughs. Todos foram executados, exceto Elizabeth Proctor, que estava grávida e teve sua execução suspensa até nascer o bebê.

Os julgamentos de setembro mandaram para a forca Martha Cory, Alice Parker, Ann Pudeator, Mary Esty, Margaret Scott, Mary Parker, Wil- mot Reed e Samuel Wardwell. O marido de Martha Cory, Giles, teve morte por esmagamento sob o peso de pedras.
E quando esse hediondo verão terminou, mais de uma centena de pessoas estavam ainda aguardando julgamento, e várias centenas mais tinham sido acusadas.
Finalmente, cabeças mais frias começaram a predominar. Increase Mather pregou em Cambridge que a questão de provas aceitáveis como evidência de "Feitiçaria" assentava-se em bases muito duvidosas e precárias, sobretudo a noção de evidência espectral, ou a habilidade do diabo para assumir a forma de alguém na comunidade.
Embora não negando que o diabo podia assumir a forma de um homem ou de uma mulher, era bastante difícil' 'provar" que ele ou ela tinha efetuado o pacto inicial com o diabo. Não podia o diabo assumir igualmente a forma de uma pessoa inocente? Algumas pessoas estavam começando a pensar que sim.
Finalmente, Increase Mather argumentou ser preferível deixaruma "Bruxa" escapar à execução do que dar a morte a dez pessoas 'inocentes'. Seus argumentos levaram a melhor e a caça às Bruxas cessou pouco depois.
Uma questão que freqüentemente vem à tona acerca das 20 pessoas executadas e as centenas acusadas é a seguinte: Eram elas realmente Bruxas?
Os dados históricos são escassos. Estou certa de que algumas ou muitas delas, como suas congêneres na Europa, ainda retinham muitas das práticas da Velha Religião: ervas, poções especiais, adivinhação, técnicas de cura natural. Algumas podem ter até celebradoas antigas datas festivas naturais.
Sabemos que colonos do Massachusetts em Marymount erigiram um Maypole (o mastro enfeitado da festa da primavera) no começo do século. Mas a questão sobre se eram devotos da Deusa ou não nunca foi apurada. Havia certamente Bruxas entre seus ancestrais, mas elas próprias podem não ter sido Bruxas na acepção de serem nossas correligionárias. A maioria dessas pessoas era, provavelmente, de cristãos devotos.
Não obstante, penso que devemos reivindicá-ias como Bruxas. Certamente morreram pela nossa liberdade. Recusaram-se a admitir que tivessem cometido qualquer crime. (É interessante assinalar que nenhuma das que confessaram praticar a Feitiçaria foi enforcada. Declararam-se arrependidas e foram readmitidas na comunidade. Também poderíamos indagar se aquelas que confessaram eram realmente Bruxas ou o fizeram para salvar a própria vida. Muita coisa se perde nas páginas da história.)
Se as vítimas da caça às Bruxas em Salem e cidades vizinhas não eram bruxas, então o Museu da Bruxa, situado a algumas quadras de minha casa, não é realmente sobre Feitiçaria, e os visitantes que o percorrem aos milhares todos os anos não estão realmente aprendendo a verdade sobre quem somos ou o que praticamos.
Durante anos, as Bruxas de Salem protestaram a esse respeito junto à Administração do Museu e conseguimos finalmente que os turistas fossem alertados para isso. O que os visitantes aprendem em seus giros pelo museu não é a religião da Deusa, mas o que podeacontecer a uma comunidade cristã que sucumbe a um medo irracional do diabo e projeta essa imagem maléfica em membros da própria comunidade.
À medida que o século XVIII avançava, as pessoas foram ficando mais céticas a respeito de Feitiçaria. O espírito da época - a racionalidade do Iluminismo - convenceu as pessoas de que essa magia era embromação e de que quem a praticava estava cedendo à auto-sugestão.
A nova era, também era mais cética sobre a religião em geral e menos zelosa em perseguir os não-crentes. A ira que tinha alimentado as caças às Bruxas aquietou-se. Em 1712, a última pessoa condenada por Feitiçaria era executada na Inglaterra, embora as leis antibruxaria permanecessem teoricamente em vigor até o século XX.
Na Escócia, a última execução teve lugar em 1727 e as leis foram revogadas em 1736. E claro, por toda a Europa e na América houve julgamentos e execuções esporádicas. Na Hungria, em 1928, por exemplo, os tribunais absolveram uma família que tinha espancado uma anciã até a morte por suspeita de bruxaria.
Com ou sem as leis e as autoridades civis ou eclesiásticas para apoiá-Ias, as pessoas continuaram molestando Bruxas e, com freqüência, causando-lhes sérios danos físicos.
Certa vez, um fotógrafo perguntou-me se eu estaria disposta a posar para uma foto ao lado do túmulo do Juiz Hathorne, um dos magistrados que perseguiu Bruxas em Salem nas cidades vizinhas no século XVII. Eu concordei e agora, sempre que olho para a foto, digo ao Juiz Hathorne e seu bando: "Nós sobrevivemos. Ainda estamos aqui."

História da Bruxaria


a.e.c = antes da era cristãd.e.c. + depois da era cristã
Cerca de 12000 a 10000 a.e.c.- Encontradas estatuetas de uma Deusa da Fertilidade;- Pinturas ruprestres na França e Espanha descrevem danças circulares e um Deus (ou um sacerdote representando um Deus) vestindo peles de animais e chifres;
Cerca de 6000 a.e.c.- A Bretanha tornou-se uma ilha - anteriormente, era unida ao continente europeu;
De 6000 a 5000 a.e.c.- Início da agricultura no Oriente Próximo; antes viviam da caça (isso significa que o conceito de fertilidade da terra foi acrescentado ao da fertilidade humana e dos rebanhos - assim, novos ritos e crenças foram adicionados à religião e à magia);- A agricultura também trouxe ao paganismo a importância do Sol e da Lua na vida das pessoas (colheitas, ciclos, morte, renascimento etc.);
3000 a.e.c.- Neolíticos começam a se estabelecer na Bretanha (dizem que tais povos vieram do Norte da Ásia e, com isso, trouxeram consigo muitos cultos do Além Mundo, como por exemplo de Ísis e Osíris no Egito, em seus conceitos essenciais);
3350 a.e.c.- Zodíaco de Glastonbury (sugere que as formas das colinas, rios etc ao redor de Glastonbury deram origem às figuras do zodíaco);
2000 a.e.c.- Povos do início da Idade do Bronze chegam à Bretanha atraídos pelas minas de estanho;- Construção dos aterros circulares;
1800 a.e.c.- Construção de Stonehenge e da maioria dos monumentos megalíticos (que até hoje são lugares de poder para cultos pagãos);
1103 a.e.c.- Refugiados de Tróia fundam Londres (data aproximada);
Século V a.e.c.- Povos célticos da cultura hallstadt da Idade do Ferro invadiram a Bretanha e ocuparam partes do sudeste. Trouxeram armas de ferro e utensílios, e acredita-se que tais povos trouxeram os druidas como seus sacerdotes, mas é possíveis que os druidas fossem sacerdotes de tribos ainda mais antigas;
55 a.e.c.- Tentativa fracassada de Júlio César de conquistar a Bretanha;
37 d.e.c.- José de Arimatéia, com alguns companheiros, refugia-se da Palestina depois da crucificação e funda a primeira igreja cristã na Bretanha, em Glastonbury;
43 d.e.c.- Um exército romano desembarca na Bretanha e ocupa o país durante 40 anos;
61 d.e.c.- A Revolta de Boudicca (Boadicea);- Massacre dos druidas pelo Império Romano;
120 d.e.c.- A Bretanha é incorporada ao Império Romano por meio de tratado;
324 d.e.c.- Por decreto do Imperador Constantino, o Cristianismo torna-se a religião oficial do Império Romano;
410 d.e.c.- Queda de Roma e fim do domínio romano na Bretanha (foi neste quinto século que o rei Arthur deve ter vivido, caso tenha tido uma existência histórica);
553 d.e.c.- O Conselho de Constantinopla declara a doutrina da reencarnação como sendo uma heresia;
597 d.e.c.- Santo Agostinho traz o Cristianismo Papal para a Bretanha, agora extensivamente estabelecido entre os anglos, saxões, jutos e dinamarqueses;
607 d.e.c.- recusa dos cristãos célticos em reconhecer a supremacia de Roma;- Massacre dos bispos célticos;- Incêndio da biblioteca de Bangor;
Século VIII- "Liber Poenitentialis", de Theodore, proibe a prática da dança usando máscaras de animal, especialmente as de animais de chifres (as pessoas tinham o costume de dançar usando máscaras, como os pagãos faziam);
900 d.e.c.- O Rei Edgar lamentou o fato de que os Antigos Deuses eram muito mais adorados em seus domínios do que o Deus cristão;
906 d.e.c.- Regino, em seu "De Eclesiástica Disciplinis", apresenta o famoso "Canon Episcopi", denunciando as "mulheres más" que cavalgavam pela noite "com Diana, a deusa dos pagãos", obedecendo-a como uma deusa e sendo chamados ao seu serviço em certas noites. Esse texto serviu de autorização para a morte de milhares de pessoas;
1066: A conquista Normanda;1090 a 1270: A era das Cruzadas que terminou em fracasso;
1100: Morte de William Rufus (que provavelmente era um pagão);
1207: Papa Inocêncio III começou a pregar a Cruzada Albigense, dirigida contra os cátaros no Sul da França;1234: Extermínio dos Stendigers;1290: Eduardo I expulsa os judeus da Bretanha;
1303: O Bispo de Coventry foi acusado de Bruxaria pelo papa;1307 a 1314: Perseguição dos Cavaleiros Templários;1316 a 1334: Período do papado de João XXII, autor de alguns dos primeiros decretos formais contra a Bruxaria;1324: Julgamento de Dame Alice Kyteler pelo Bispo de Ossory. Ela refugiou-se na Bretanha, onde tinha amigos "bem colocados"; diziam que o Bispo era um deles e a julgou depois que esta cortou relações;1349: Fundação da Ordem da Jarreteira por Eduardo III (que pode ter sido pagão);
1406: Rei Henrique IV instrui o Bispo de Norwich a procurar e prender as bruxas e feiticeiros na sua diocese;1430: Julgamento de Joana D'Arc;1484: Bula Papal do Papa Inocêncio VIII, "Summis desiderantes affectibus", um ataque feroz aos hereges e bruxas);1486: Publicação do "Malleus Malleficarum", sinal da perseguição severa e difundida;
1541: A lei da Bruxaria foi aprovada no reinado de Henrique VIII. Isso indica que as bruxas eram reconhecidas como uma seita herética e confirma a velha história da "era das fogueiras";1547: A lei de Henrique VIII foi revogada por Eduardo VI;1562: Outra lei da Bruxaria foi aprovada, no reinado de Elizabeth I. Na primeira ofensa, a punição era a exposição ao ridículo e, depois de três condenações, morte;1563: O Parlamento da Rainha Mary, Rainha dos Escoceses, aprovou uma lei decretando morte às bruxas, o que resultou em uma média de 200 mortes por ano, durante um período de 39 anos. Durante os 9 primeiros anos, os números não chegavam a tanto, mas entre os anos de 1590 a 1593, as mortes chegaram a 400 por ano;1584: Primeira edição de "Discoverie of Witchcraft", primeiro livro a abordar a Bruxaria de forma racionalista e longe dos absurdos pregados; James I ordenou que o livro fosse queimado;1597: James VI da Escócia publicou em Edimburgo seu tratado de Demonologia e Bruxaria, o que significa apoio da realeza à caça às bruxas;
1604: A Lei da Bruxaria de James I, a mais severa já introduzida na lei civil inglesa. Havia uma lista de 3 mil bruxas que foram executadas e, a partir daí, o número de execuções anuais foi para 500 (apenas na Bretanha). Durou muitos anos;1644: Matthew Hopkins começou seu negócio como "General Caçador de Bruxas", transformando-o em uma carreira lucrativa, oferecendo 20 xelins por bruxa encontrada; em seguida, ele teve vários imitadores;1681: Lançamento do livro "Sadducismus Triumphatus", em resposta à crescente descrença das pessoas mais instruídas a respeito da caça às bruxas; tinha-se tornado algo enfadonho;
1711: Último julgamento de Bruxaria na Grã-Bretanha. Jane Wenham foi julgada e considerada culpada pelo júri, condenada à morte, porém, o juiz não aceitou as provas e revogou o caso, libertando-a;1722: Uma idosa foi queimada como bruxa em Domoch, na Escócia. Esta foi a última execução judicial na Escócia;1735: No reinado de George II, a lei de Bruxaria de 1735, a qual dizia que, na verdade, a Bruxaria não existia e que ninguém deveria ser processado por isso no futuro, mas quem "fingisse" ter poderes paranormais deveria ser processado como impostor;1749: Girolamo Tartarotti publicou o livro "Del Congresso Nottorno delle Lammie", afirmando que a Bruxaria era derivada do antigo culto a Diana e fez uma distinção entre esta e a magia cerimonial, que procurava conjurar demônios; foi um dos primeiros escritores a tomar essa linha;
1809: Velhas idéias ainda persistem na escócia, quando é publicado o Dicionário de Brown, dizendo que uma bruxa é aquela que tem ligações com o diabo;1848: O Espiritualismo moderno foi fundado como resultado das investigações dos fenômenos produzidos pelas irmãs Fox na América (tais fenômenos já tinham ocorrido antes, mas jamais foram investigados). A Igreja denunciou o Espiritualismo como "diabólico";1857: Allan Kardec reintroduziu publicamente a antiga doutrina da reencarnação na Europa;1892 a 1897: Dr. Charles Hacks e Gabriel Jogand publicaram na França uma série de "revelações acerca do Satanismo", com o máximo de sensacionalismo, mas nas quais o clero acreditava piamente. A maioria das descrições modernas de "Satanismo" são, na verdade, baseadas em tais "revelações";
1921: A Dra. Margaret Alice Murray publica o famoso "Culto das Bruxas na Europa Ocidental", seguido de "O deus das Feiticeiras". Nesses livros, a autora declarou que a Bruxaria era o que restou das antigas religiões pagãs dos europeus, e não um culto ao diabo;1939: Data aproximada em que Gardner começou a praticar Bruxaria; 1948: Publicação de "A Deusa Branca", de Robert Graves, sobre as culturas de culto à Deusa;1949: Gerald Gardner, sob o pseudônimo "Scirce", publicou um romance histórico chamado "High Magic's Aid". pelo que consta, era o primeiro livro escrito por um bruxo iniciado;1951: Revogação das últimas leis anti-Bruxaria na Inglaterra;1954: Publicação do livro "A Bruxaria Hoje", de Gerald Gardner, o primeiro livro falando realmente sobre quem eram as bruxas e o que faziam;1955: Uma mulher foi queimada como bruxa no México, a 85 milhas do Texas, sob as ordens de um sacerdote local, realizada pela polícia da cidade;1963: Iniciação de Raymond Buckland no coven de Gardner;1963 a 1965: Introdução da Wicca nos Estados Unidos por Raymond Buckland;1964: A Wicca Alexandrina, ramificação da Gardneriana, entra nos Estados Unidos;1971: Publicação do livro "Witchcraft From Inside",d e Raymond Buckland; no mesmo ano, foi publicado o livro "What Witches Do", dos Farrar;1974: Publicação do "Livro das Sombras" de Lady Sheeba, uma versão do BOS gardneriano; no mesmo ano, Raymond Buckland publica "The Three", afirmando que não existe nenhum problema em um bruxo iniciar a si mesmo e montar um coven, mesmo sem estar preparado para tal; depois deste livro, outros sugerindo o "como se iniciar" surgiram no mercado, aproveitando a onda;1975: Início dos festivais pagãos, tais como o Pagan Spirit Gathering e o Pan Pagan, que duram até hoje; outros festivais foram surgindo durante a década seguinte;1979: Publicação de "Dança Cósmica das Feiticeiras", de Starhawk;1996: Estréia do filme "Jovens Bruxas", inspirado na religião Wicca;1997: Lançamento da série Harry Potter que, junto com a internet, impulsionou um verdadeiro boom de buscas e informações sobre Bruxaria no mundo cada vez por mais pessoas;

A morte do trigo


O viajante viu uma bifurcação na pequena estrada de terra pela qual havia caminhado durante todo o dia. Estava chegando a noite e ele precisava achar um lugar para dormir. Ao longe, viu o que parecia ser uma aldeia no final da es-trada que virava à direita, algumas luzes já acesas. Ajeitou a mochila nas costas e o chapéu na cabeça, e tomou aquela direção.Andava nas margens de um trigal e esse trigal havia sido ceifado há pouco tempo, provavelmente naquela manhã mesmo. Desprendia um cheiro forte de mato e terra, um perfume que agradou ao homem. Aquele era o cheiro do campo, o cheiro da terra, que tanto buscava em sua jornada. Provavelmente o povo da aldeia agora se ocupava em estocar o trigo colhido, mas certamente lhe ofereceriam uma cama.Quando caiu a noite, ele ainda estava longe da aldeia. O ruído seco de seus passos na terra batida acompanhava os primeiros grilos que começavam a cantar. Era uma noite de lua minguante, não estava muito claro. Quase tudo era sombra ao seu redor. Foi então que reparou numa sombra que se movia. Pa--recia que tinha alguém sentado na beira do trigal.Chegou mais perto mas, mesmo assim, não conseguia definir a sombra. Ora parecia ser um homem sentado, ora era apenas um vulto sem forma, e por vezes ficava transparente. Não teve medo, teve antes curiosidade.E se aproximou.A estranha figura estava comendo. Comia frutas e pães. Bebia, também. Leite e cerveja. Olhou para o viajante quando ele se aproximou.– Boa noite, viajante. Quer se juntar a mim e cear?Sua voz era como o vento que soprava em seus ouvidos.– Não, obrigado – respondeu, receoso – Porque come aqui, ao lado do trigal? A noite está fria.– Aqui é meu lugar. Hoje, fui ceifado. Eu morri. Sou o espírito do trigo.– Isso é triste... mas você me parece alegre!– E estou alegre! Veja quantas oferendas os camponeses deixaram em minha honra! – apontou para a comida e a bebida – E depois, eu morro como trigo e vou renascer como pão. E o pão alimenta aqueles que me deram a vida quando me plantaram na terra e cuidaram de mim. Nosso relacionamento é baseado no dar e receber. Veja como não se esquecem de me agradecer, veja quanta comida! Posso até passar mal! Vamos, junte-se a mim!O viajante acabou aceitando. Como se recusar a compartilhar da companhia de um espírito da natureza? Comeu um pedaço de bolo e algumas amoras pretas que tingiram as pontas de seus dedos de uma cor arroxeada. Depois bebeu do leite fresco e também da cerveja. Pensou no tanto de alimentos que já havia consumido e que jamais havia honrado. Era um homem da cidade. Lá, onde existia a lei do concreto, todos se esqueciam dos espíritos com os quais interagiam todo o tempo. Se esqueciam até de seus próprios espíritos.– Viajante – falou o espírito do trigo – Coma o quanto quiser. Depois descanse e recupere suas forças. E de manhã, ao seguir sua viagem, siga o caminho onde brilha o Sol. E não se esqueça de agradecer ao espírito do Sol pelo calor e pela luz confortantes. E o deus Lugh te abençoará em sua jornada.O viajante agradeceu e olhou adiante, para a aldeia que almejava chegar. Desistiu e resolveu passar a noite ali mesmo, com o espírito do trigo, com a lua, com as estrelas e com as corujas que piavam.

A terra do Verão- Summerland




Summerland é um termo geralmente empregado na wicca como referencia ao outro mundo para o qual as almas dos mortos se encaminham após a vida física.
Pode ser visto como uma espécie de paraíso pagão não muito diferente dos conhecidos ALEGRES CAMPOS DE CAÇA de algumas tradições dos nativos norte americanos. O summerland dos wiccanos existe no plano astral e é experimentado de modos diferentes por cada individuo, de acordo com a vibração espiritual que ele leve a esse plano de existência.
O período em que alguém permanece em summerland depende da habilidade do individuo de libertar e retomar o material que a alma carrega vida após vida, o que pode fazer com que essa alma renasça na dimensão física.
A existência em summerland permite a um individuo a oportunidade de estudar e compreender as lições da vida anterior e como estas se relacionam com outras vidas já passadas. Na teologia wiccana, este é conhecido como um período de descanso e recuperação.
Uma vez encerrado este período de tempo, o plano elemental começa a atrair o individuo para o renascimento em qualquer dimensão que se harmonize com seu á sua natureza espiritual naquele momento. A alma a reencarnar é então submetida ao plano das forças e pode ser atraída pelo vértice de uma união sexual em curso na dimensão física.
Segundo os ensinamentos misteriosos, um aborto natural ou natimorto indica uma alma que não mais precisava retornar a dimensão física, necessitando apenas uma breve imersão em matéria densa para equilibrar as propriedades elementais etéreas necessárias a seu corpo espiritual.
A outra razão para tais ocorrências é que os pais precisavam aprender a lição da perda para a própria evolução espiritual, caso no qual isso foi possibilitado por uma alma que não necessitava mais de uma existência física. Os serviços dessas almas elevadas é geralmente notado não só nesses cenários, mas também nos ensinamentos acerca da reencarnação de avatares como Jesus ou Buda.

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